sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

4o Festival de Comida Italiana do La Benedicta Cantina Bistrô

Borbulhas de Glamour

Em relação ao champagne, tudo é requinte, prazer, superlativos. Não os "champanhes" genéricos, com borbulhas anônimas. O único champagne com direito de usar esse nome-grife é o vinho espumante feito a partir de uvas cultivadas na chamada montanha de Reims, um conjunto de colinas entre essa cidade e Épernay. Ali, espalhados pelos 68 vilarejos da região, grandes caves se misturam a fabricantes independentes para produzir aquela que os enófilos chamam, sem exagero, de bebida dos deuses. Depois de uma enquete com champanhófilos ilustres, a Chef Ana Stellato adorou a magnífica dica da Go Where que selecionou um magnífico quinteto de champagnes top - a começar pelo que tem o nome do monge que criou as borbulhas mais glamourosas da história do homem na Terra

DOM PÉRIGNON OENOTHÈQUE
A safra da safra
Responsável pela despensa da abadia de Hautvillers, em Champagne, Dom Pérignon observou que os vinhos brancos locais sofriam uma segunda fermentação depois de engarrafados, produzindo borbulhas que estouravam as rolhas. Então experimentou amarrar as rolhas com arame, "domou" a segunda fermentação e criou o champanhe. Hoje produzido pela casa francesa Moët et Chandon, foi o primeiro champanhe cuvée (safrado), o que sempre lhe deu enorme prestígio. Sua assemblage é composta por 55% de uvas chardonnay e 45% de pinot noir. Eterno tributo à sua busca pela perfeição, o Dom Pérignon Oenothèque representa a segunda vida de uma safra, o seu segundo auge de maturidade - uma pequena parte de cada safra é conservada nas adegas por mais tempo para continuar sua evolução. Aliás, o equilíbrio entre juventude e maturidade, marca registrada do Dom Pérignon, permite que o vinho envelheça elegantemente por tempo ilimitado. Este Dom Pérignon Oenothèque retém a marca da safra original: o vinho é forte e redondo, como foi a safra, e marcado pela maravilhosa maturidade dos Chardonnays de 1995. Para um vinho produzido de uvas cultivadas em um ano ensolarado, entretanto, ele tem um surpreendente frescor de fruta e mineralidade.
Preço sugerido: R$2.500,00 SAC (11) 3062-8388 domperignon@lvmh.com.br www.domperignon.com


Veuve Clicquot, La Grande Dame Rosé
A viúva em grande estilo

Um champagne de exceção, de uma maison lendária, que revive o "savoir-faire" dos enólogos e as uvas dos melhores vinhedos Clicquot. Produzido somente em safras excepcionais, La Grande Dame Rosé é preparado com oito Grand Crus, os melhores e mais finos da região. Adiciona-se também 15% de vinho tinto de Bouzy. A mesclagem é composta por 40% de uvas Chardonnay, de Avize, Oger e Mesnil-sur-Oger, na Côte des Blancs. O Pinot Noir cultivado nas Montanhas de Reims ou no "Grande Valée de la Marne", no Grand Crus de Verzenay, Verzy, Ambonnay, Bouzy e Aÿ completam os 60% restantes. O envelhecimento, em barris de carvalho, dura de 8 a 10 anos. Segundo os enólogos, La Grande Dame Rosé ao olfato apresenta aromas intensos e de grande pureza. No primeiro contato bastante adocicado (licor de frutas vermelhas), depois um suave aroma de biscoito, uma impressionante combinação de elegância e harmonia. Ao paladar revela uma estrutura delicada e de longa duração, o que reforça a utilização do Bouzy tinto.
Preço sugerido: R$1.100,00 SAC: 11 3062- 8388


KRUG 1995
Raro e caro

Depois do raro champagne Krug Clos Du Mesnil - produzido de uma única uva e o uma única safra, apresentado há 20 anos - a Maison Krug, fundada em 1843, apresenta outro excepcional champagne, o Krug Clos d'Ambonnay. Produzida de uvas Pinot Noir do vilarejo de Ambonnay, a bebida é proveniente de um dos mais apreciados terroirs da marca e já é uma estrela no mundo dos champagnes. O vinhedo de onde foram colhidas as uvas que deram origem a esse raríssimo champagne se tem apenas 0,685 hectare, na curva sudeste da Montanha de Reims. Krug levou a esse terroir singular os melhores profissionais e artesãos para transformarem o lugar em um tesouro. A primeira colheita aconteceu em 1º de outubro de 1995, um ano ensolarado que transformou o sabor das uvas. Para obter essa bebida de intensa coloração cobre-dourada, três membros da família Krug, Henri, Remi e Olivie, trabalharam juntos, para produzir um verdadeiro néctar. Considerado o mais raro dos Krugs, o champagne d'Ambonnay teve sua primeira fermentação realizada em pequenos barris de carvalho, de acordo com a lendária técnica da Maison. Depois de ficar envelhecendo por 12 anos, a bebida atingiu sua maturidade e perfeição, aliando substância e caráter a muita delicadeza no olfato. Frescor, corpo amplo e maduro com harmonia de brioche, amêndoas grelhadas, especiarias glaçadas e frutas vermelhas, fazem da bebida única ao paladar.
Disponível na Moët Hennessy do Brasil, apenas duas garrafas, por R$13.500. (11) 3062-8388



BOLLINGER SPECIAL CUVÉE
À saúde de James Bond


Aston Martin e Bollinger: qualquer fã da série 007 conhece o carro de James Bond e seu champagne favorito. A Bollinger aparece em 12 filmes protagonizados pelo agente 007, desde Viva e deixe morrer, estrelado por Roger Moore, até o mais recente Quantum of Solace, com Daniel Craig, em que Bond saboreia o Champagne La Grande Année 99 em três cenas. Verdadeira lenda no mundo do vinho, fundada em 1829, a maison Bollinger é uma das poucas a receber 5 estrelas de Robert Parker, que lhe conferiu a mais alta nota já concedida pelo crítico a um Champagne (98 pontos). Bollinger é também um dos únicos dois produtores a merecer as máximas e raras três estrelas do guia Bettane & Desseauve. Produz apenas duas assemblages: a Special Cuvée e a Grande Année. A Special Cuvée Brut é talvez a melhor entre todas as cuvées não-safradas, único Champagne indicado entre os "100 Melhores Vinhos do Mundo" pela revista Wine Spectator no ano passado. Por sua vez, a reputadíssima Grande Année, de minúscula produção, é complexa e refinada, elaborada apenas nos grandes anos.
Bollinger Grande Année Rosé Brut 1999: US$ 465,90, na Mistral, tel.: 11 3372-3400
Salon
Para especialistas

Considerado inigualável por muitos, o Salon é feito exclusivamente com o grand cru Le Mesnil-sur-Oger, em Côte des Blancs, e em sua composição leva apenas Chardonnay. É um blanc des blancs legítimo. Produzido apenas em colheitas memoráveis e com produção nunca superior a 10 mil caixas em qualquer ano, costuma ser envelhecido por pelo menos uma década antes de ser lançado e, ainda assim, mantém sua qualidade extremamente refrescante. É um vinho que não desenvolve toda a sua complexidade antes de duas décadas. Fundada em 1911 por Eugene Aimé Salon, a maison Salon primeiramente só produzia champagnes para consumo de sua família. Em 1920, Salon virou marca registrada de um produto raro, sempre ocasional. Em quase 90 anos, a casa só produziu 32 safras - disputadíssimas pelo mercado. Em 1988, Champagnes Salon foi comprado pelo grupo Laurent-Perrier Diffusion. Apesar da transferência do controle acionário, a maison Salon mantém a origem nobre - uma bebida para poucos. Extremamente elegante, redondo, amanteigado, ótima presença de boca, perlage de bolinhas minúsculas, abundantes, contínuas. Os enófilos destacam uma incrível textura. É um champagne para especialistas.
Salon: importado pela La Pastina (tel. 3383-7477). Preço: de R$ 1.710,00 (95/97) a R$ 2.223,00 (96)